O marketing digital é fundamental em toda estratégia empresarial, seja em abordagens orgânicas ou em publicidade paga. Segundo a pesquisa ‘Maturidade do Marketing Digital e Vendas no Brasil’, 94% das empresas o escolheram como estratégia principal de crescimento. Isso se deve aos benefícios oferecidos, como segmentação precisa, adaptação para o público, análises detalhadas, custos acessíveis, flexibilidade para ajustes rápidos, entre outros.
Apesar da crescente digital, a mídia OOH (Out of Home) mantém sua força. Projeções da Allied Market Research indicam um mercado de US$ 58,67 bilhões até 2031, e no Brasil, a Cenp-Meios registrou crescimento de 7,7% no último ano, destacando sua contínua relevância.
A visão é promissora, mas a Mídia OOH enfrenta limitações em termos de segmentação, especialmente para empresas que precisam alcançar públicos mais específicos e restritos. Além disso, os custos são consideravelmente mais altos do que os anúncios digitais, principalmente em locais de grande visibilidade, e a falta de métricas claras dificulta a avaliação do desempenho do investimento.
No entanto, com a introdução de tecnologias avançadas como IoT e Edge Computing, a análise de desempenho das campanhas se torna uma possibilidade real, permitindo a obtenção de dados precisos e a adaptação de discurso de anúncios com base em eventos do local veiculado.
Vale mencionar também que a transição da Mídia OOH para a Mídia DOOH (Digital Out of Home) representa uma mudança significativa, saindo do estático e proporcionando dinamismo na troca de conteúdo, como vídeos, animações e interatividade. Essa evolução promete superar algumas das limitações enfrentadas pela mídia externa tradicional, abrindo novas oportunidades para a criação de campanhas mais envolventes e eficazes.
Veja, abaixo, qual o papel delas na mensuração de uma DOOH Inteligente:
IoT – Internet das Coisas
IoT conecta objetos físicos à internet para coleta e troca de dados específicos. Simplificando, “dá inteligência” a objetos para que estes possam interagir e trocar informações com outros dispositivos, softwares e sistemas conectados à internet.
Por exemplo, uma câmera de vigilância é apenas uma câmera, mas se adicionarmos dispositivos de IoT ela fica inteligente, e se bem configurada consegue analisar imagens e enviar um alerta para o seu celular, caso detecte um movimento dentro da sua casa. Em Mídia Externa, IoT vai trabalhar na parte de insights, dados, buscas de informações e inteligência para o modelo de anúncio.
Edge Computing
Edge Computing (computação na borda) é como ter um “mini-processador” próximo de onde os dados são gerados, ao invés de depender de um processador longe do local. Imagine o exemplo da câmera com IoT em sua casa: em vez da IoT enviar todas as filmagens para um processador distante, para analisar as imagens para detectar, o “mini-processador de edge computing” analisa o material diretamente na câmera, economizando tempo e internet.
Os benefícios são agilidade e redução do tempo de resposta (latência), ou seja, no exato momento em que o movimento ocorrer em sua casa, você receberá o alerta. Sem o Edge Computing existiria um gap até os dados serem trafegados, analisados e enviados para o seu celular.
Em mídia externa, Edge Computing vai acelerar a troca de informações, trazendo real dinâmica para os anúncios em tempo real e criando possibilidades de interação com o público. A união da velocidade do Edge Computing com a inteligência da Internet das Coisas é o casamento perfeito e o início da revolução das mídias externas, solucionando os clássicos problemas dessa modalidade.
Entre as vantagens estão:
Com IoT as análises de performance que eram nulas serão palpáveis por meio da extração de características demográficas em torno do anúncio. Dados básicos como idade, gênero e etnia, e informações complementares como altura, cor e tamanho do cabelo, barba e bigode serão facilmente detectados.
Rastreamento de movimentos e fluxos também poderão ser extraídos, e com isso, a possibilidade de entender o movimento das pessoas em torno dos anúncios, levantando dados como ‘o número de pessoas que olharam diretamente para a propaganda’, ‘quantas passaram em frente’, ‘o tempo que que leram o anúncio’ etc. Já imaginou descobrir a reação emocional das pessoas com seu anúncio? Sim, com IoT isso será possível para otimizar o conteúdo e provocar maior impacto.
O custo vai continuar o mesmo, mas com todas as possibilidades de análises da Internet das Coisas as equipes de marketing terão as possibilidades de entender a eficácia do investimento. Assim, dados como CPV (Custo por Visualização), CPC (Custo por Clique), talvez custo por leitura de um QR Code no Anúncio, CTR (taxa de cliques), ROI e ROAS poderão existir no mundo físico, e isso significa menos dinheiro gasto com anúncios que não performam.
Com os dados que a Internet das Coisas agrega e a velocidade que o Edge Computing impõe, a interatividade e personalização de anúncios tornam a mídia externa bem mais atrativa. Imagine que um outdoor digital está alugado para uma varejista, e a IoT detecta, através das câmeras, que naquele momento há mais crianças do que adultos ao redor. Instantaneamente, uma propaganda de brinquedos é veiculada no anúncio, gerando maiores possibilidades de compra. Varejo é um exemplo simples, mas pode ser aplicado a diversos setores.
Como a mídia externa está presente fisicamente no mundo real, onde as pessoas interagem umas com as outras, o uso de Inteligência Artificial em mensagens tem o poder de impactar de maneira única. Se bem planejada, uma campanha no trânsito, por exemplo, pode surpreender com mensagens criativas e visualmente envolventes, criando uma conexão emocional entre marca e público.
Mas apesar da incrível experiência que novas tecnologias como IoT, Edge Computing e IA podem proporcionar, e a diferença que podem fazer na vida das pessoas e no mundo da publicidade, temos que levar em conta o mercado padrão, onde investimentos são realizados com base em estudos e no fator risco.
E aí entra a questão: O que estamos dispostos a fazer para entregar uma experiência de alto nível e nos diferenciarmos no mercado? Fica a reflexão.
*Gabriel Climas, Head de Marketing na Roost
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