Inovação do setor financeiro, Drex será o Pix dos investimentos

Moeda digital brasileira chega com a potência necessária ao cenário econômico do país, mas seu uso está associado ao trabalho conjunto com o mercado financeiro, governo e de educação da população e de popularização.

Sob a gestão do Banco Central, a moeda digital que vai mexer com os hábitos e demandas da população em relação aos bancos e aos meios de pagamentos busca promover a modernização do sistema financeiro nacional e será uma plataforma para centralizar ou registrar a liquidação de todos os títulos, sejam eles privados ou públicos.

O Drex encontra-se em fase de testes e sua data de lançamento ainda não foi anunciada, podendo ocorrer entre 2025 e 2026.

A Topaz desenvolveu uma solução que viabilizará tanto a gestão das CBDCs, quanto a emissão de real tokenizado para seus clientes, bem como o acesso a investimentos de títulos tokenizados do governo – a compra e venda de títulos públicos federais com Drex são os primeiros investimentos que estão testados no projeto piloto.

“Já iniciamos esse trabalho e esperamos ter uma primeira versão dessa solução em breve. Estamos acompanhando com afinco as movimentações do Banco Central para nos adequarmos a essa questão”, diz Samara Rodrigues de Lima, digital product manager da Topaz.

A solução vai mirar a tokenização por completo, e não só o de moeda digital, que também está associada aos quesitos de tokenização.

“Hoje, no nosso mercado, temos mais ou menos 9 tipos de tokens e estamos falando que vamos trabalhar tanto o token de pagamento, quanto aqueles que não são de pagamento”, explica Samara.

Tokenização de ativos

O contexto tecnológico de emissão da moeda digital é altamente seguro, mas sempre haverá a necessidade de investimento nos sistemas de canais das instituições financeiras para que possibilitem uma experiência mais segura, como foi feito para o Pix, usado por dois terços da população do país, batendo recorde em 2023, com mais de 37 bilhões de transações realizadas, com mais de 150 milhões de usuários e mais de 400 milhões de chaves cadastradas.

“Para fomentar o uso do real digital demanda-se que o mercado, em todo o tempo, esteja aprimorando suas capacidades de segurança em seus canais digitais, identificando e alertando cada vez mais o usuário sobre aquela habitualidade de transação, seja em real digital, ou em qualquer outro meio de pagamento”, reforça Samara, ressaltando que o real digital é um tema disruptivo.

Ainda, com a capacidade de tokenizar ativos, será possível para as empresas fazer pagamentos corporativos, além de viabilizar diferentes tipos de transações financeiras seguras para o consumidor por meio dos contratos inteligentes e garantir descontos.

“A compra será certa para o comerciante na hora que o cliente tiver o dinheiro para a transação. Ele segura aquele preço da promoção”. Outro exemplo, no setor do agronegócio, seria atrelar um contrato inteligente à moeda digital a uma safra que ainda nem foi plantada, mas que parte da venda está em contrato. “Quando essa safra sair, o cliente faz o pagamento, pois já deu a garantia da aquisição”.

Um grande potencial para o Drex é sua utilização para investimentos em títulos públicos e privados.

“Ele tem esse potencial, que está associado a esse trabalho conjunto com o mercado financeiro, com o governo e de educação da população e de popularização desse tema”, avalia Samara.

Há grandes expectativas de o Drex revolucionar os meios de pagamento no Brasil, como o Pix, que caiu no gosto do brasileiro por não ter custo. “Quem fazia uma única transferência e pagava 10 reais numa TED, precisou ter o app do banco para conseguir poupar esse dinheiro”, comenta a executiva.