Conectividade na Amazônia: discutidos desafios da internet local
As telecomunicações apresentam elevada capacidade para levar desenvolvimento econômico na região.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou em Manaus, o Encontro Conectividade na Amazônia, que reuniu reguladores de países da Região, empresas e entidades internacionais.
Na abertura, o governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que o Estado está à disposição da Anatel, das empresas e dos países interessados em promover a conexão, especialmente no interior do Amazonas.
Ele destacou que neste ano, com o funcionamento da Infovia 01, que conectou com banda larga as cidades amazonense de Manaus, Santarém e Parintins, “a alta qualidade da transmissão de dados móveis e de voz se manteve durante todo o Festival Folclórico de Parintins”.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, destacou a capacidade das telecomunicações de levar desenvolvimento econômico e social à região. Ele afirmou que a presença da internet e o desenvolvimento consequente auxiliam a fixação do jovem em sua terra.
O conselheiro Moisés Moreira, cujo mandato na Anatel terminará em novembro deste ano, afirmou que “de tudo [os trabalhos desenvolvidos em sua gestão], a conectividade por fibra é a que tenho o maior carinho”.
No primeiro painel do Encontro – com o tema “Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS): Histórico e Resultados” –, Eduardo Wolski, General de Divisão do Exército, destacou os esforços da instituição que, antes das seis infovias que estão sendo instaladas com recursos do Leilão de 5G realizado pela Anatel em 2021, instalou 800 quilômetros de infovias com recursos próprios e com aporte financeiro de diversas outras instituições que também seriam beneficiadas com os cabos ópticos de banda larga.
Leandro Guerra, presidente da Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF), descreveu os cerca de 10 mil quilômetros de infovias, o processo de instalação e as dificuldades enfrentadas ao se escolher os leitos dos rios para instalação.
O presidente da Anatel foi o moderador do painel “Desafios para o futuro da Amazônia conectada”. Baigorri falou que, além da construção e instalação, o ponto fundamental é dar continuidade à infraestrutura. Para ele, é necessário discutir como as redes de fibra ótica são sustentáveis do ponto de vista de se ter demanda e garantir a conectividade significativa à população local. A expressão “conectividade significativa” é usada para se referir a uma experiência na internet que contribua para a inserção social e econômica dos usuários, de forma segura e com custo acessível para o consumidor.
Baigorri destacou também como é importante a coordenação entre os países da Região Amazônica e o diálogo institucional para defender interesses comuns na Região.